A MORTE DE MARIA IVETE
Lembramos o trágico falecimento da filha do "seu" Severino Francisco Lopes e Dona Iracema, ocorrido na tarde do dia 31 de maio de 1964, no distrito de Paratibe, nesta cidade. A triste notícia logo se espalhou por toda a parte e provocou profunda consternação entre a população local.
Maria Ivete, mais conhecida por "Vetinha", era uma bela jovem no esplendor dos seus 13 anos e de brilhante inteligência. Ela vivia sempre alegre e irradiava muita simpatia, sobretudo pela sua maneira amável, simples, cativante e expansiva de tratar as pessoas.
Durante as festinhas sociais ou familiares, a "Vetinha" não podia deixar de ser lembrada e convidada para recitar lindas poesias ou felicitar os homenageados e demais convidados. E tudo ela sabia fazer com muita graça e beleza, pela facilidade de expressão e comunicação que possuía. A sua vida, enfim, era um mundo cheio de amor e felicidade.
O trágico acidente aconteceu porque a ingênua moça, por iniciativa própria, resolveu fazer uma certa limpeza no interior da caixa d'água de sua casa e, inadvertidamente, chegou a tocar com um pedaço de cano de ferro a rede de corrente elétrica e a forte descarga recebida foi mortal. A partir daquele instante, cenas chocantes e comovedoras se desenrolaram. Dentro e fora da casa, uma multidão incalculável se comprimia e chorava, entre os desmaios e crises nervosas. Nas ruas mais próximas, o povo se concentrava e trafego de viaturas ficou completamente interrompido. Era muita gente que vinha de toda a parte, para render sua última homenagem à jovem desaparecida.
No dia de seu sepultamento, o grandioso acompanhamento fúnebre parecia transformado em procissão de tristeza e saudade. Até a Câmara Municipal desta cidade, associando-se às homenagens póstumas, deu o seu nome à rua onde ela morava, por proposição do então vereador Manoel José dos Passos. O "Loteamento Santa Elizabeth" passou a denominar-se "Rua Maria Ivete Lopes". O pai de "Vetinha", "seu" Severino Francisco também já morreu.